Zelensky participa de reunião da União Europeia e pede agilidade no envio de armas


Chefe de Estado da Ucrânia discursou no Parlamento Europeu e foi recebido como herói; ele afirmou que quanto antes eles receberem os equipamentos, mais rápido a agressão russa terminará

KENZO TRIBOUILLARD / AFPZelensky na Europa
Presidente do Conselho Europeu Charles Michel (R) Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e presidente ucraniano Volodymyr Zelensky posam após uma conferência de imprensa após uma mesa redonda como parte de uma cúpula da UE em Bruxelas, em 9 de fevereiro de 2023

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está de viagem pela Europa para se encontrar com aliados que desde o começo do conflito com a Rússia, iniciado em 24 de fevereiro de 2022, o apoiaram. Após realizar uma visita surpresa à Londres, na quarta-feira, 8, e se encontrar com o rei Charles III, e, na sequência, ir para Paris, onde se reuniu com Emmanuel Macron e o chefe de Governo alemão, Olaf Scholz, ele discursou nesta quinta-feira, 9, em Bruxelas, na Bélgica, no Parlamente Europeu. “Estamos nos defendendo da força mais antieuropeia do mundo moderno. Estamos nos defendendo e estamos defendendo vocês”, disse o chefe de Estado ucraniano, que teve uma recepção digna de herói. “Agradeço-lhes pessoalmente por este apoio inabalável ao meu país. Não se pode pensar em uma Europa livre sem a Ucrânia”, disse o presidente ucraniano, ao participar de uma cúpula de líderes da UE em Bruxelas. “Quero agradecer-lhes por entenderem como precisamos muito disso… canhões de artilharia, munições, tanques modernos, mísseis de longo alcance e caças modernos”, disse o presidente. “Devemos ir mais rápido do que o nosso agressor. Quanto antes a Ucrânia tiver armas pesadas de longo alcance, o quanto antes nossos pilotos tiverem aviões, mais rápido esta agressão russa terminará e seremos capazes de retornar à paz na Europa”, insistiu.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou que a “Ucrânia é Europa e o futuro do país está na União Europeia”, acrescentando que os países da UE devem considerar a entrega de sistemas de longo alcance e de caças para que a Ucrânia possa proteger esta liberdade que muitos consideram algo garantido. A frase de Metsola é uma referência ao principal tema da visita de Zelensky: convencer os aliados europeus a acelerar o envio de armas e também a ceder aviões de combate à Ucrânia. “Nossa resposta deve ser proporcional à ameaça. E a ameaça é existencial”, afirmou a presidente do Parlamento Europeu. A reunião de Zelensky com os líderes da UE aconteceu sob estritas normas de segurança, ao ponto de todos os participantes terem de deixar seus celulares de fora da sala. Já o discurso do presidente ucraniano foi transmitido ao vivo. Pouco antes da cúpula, os líderes dos 27 países-membros da UE e os principais líderes das instituições europeias posaram para uma foto com Zelensky dentro do Conselho Europeu. O presidente ucraniano foi recebido como um herói, com ovações e vivas, na sede do Parlamento Europeu, onde proferiu um discurso perante uma sessão plenária extraordinária. Essa tem sido a segunda viagem do ucraniano ao exterior, a primeira foi realiza em dezembro, quando ele fez uma visita relâmpago a Washington, onde se reuniu com o presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca.

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Diante da ofensiva russa, a Ucrânia solicitou a adesão à UE de forma expressa, mas vários líderes do bloco recordaram que o processo é extraordinariamente complexo e normalmente demora vários anos, em alguns casos mais de uma década. No rascunho da declaração, a UE “reconhece” os esforços da Ucrânia para a adesão e estimula o país “a continuar neste caminho e a cumprir as condições” estabelecidas pela Comissão Europeia (o braço Executivo da UE). Analistas acreditam que a Rússia prepara uma grande ofensiva para o final do inverno, ou início da primavera (hemisfério norte), com o objetivo de conquistar toda região do Donbass, ocupada parcialmente no momento pelas tropas de Moscou. O Reino Unido, até agora relutante em fornecer caças Typhoon e F-35, afirmou que analisará a possibilidade, embora não a considere imediata. A Rússia prometeu “uma resposta a qualquer medida hostil que a parte britânica tomar”, de acordo com um comunicado divulgado pelas agências de notícias do país.

*Com informações de agências internacionais





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