Kassab defende autonomia do BC e diz que Lula terá dificuldades em aprovar pautas da esquerda


Em entrevista ao programa ‘Direto ao Ponto’, da Jovem Pan News, presidente do PSD afirmou que partido não será conivente com algumas pautas defendidas pelo presidente

Reprodução/ Youtubegilberto kassab
Kassab participou do primeiro programa da nova temporada do Direto ao Ponto

Na estreia da nova temporada do “Direto ao Ponto“, sob o comando de Adalberto Piotto, o secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), foi o entrevistado da noite desta segunda-feira, 13. O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro conversou sobre a política brasileira, os trâmites do governo da maior cidade da América Latina e sua carreira, junto à bancada formada pelo jurista Fernando Capez, o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, e pelos jornalistas Thiago Pavinato e Claudio Dantas, do grupo Jovem Pan. Nas eleições, Kassab apoiou Luis Inácio Lula da Silva à Presidência e foi questionado se, por ser de esquerda e se coligado com partidos de centro, o presidente conseguiria governar. Ele respondeu que, com certeza, haverá dificuldades. “Lula vai ter dificuldades [para aprovar pautas mais à esquerda]. Por exemplo, a autonomia do Banco Central eu sou a favor, então ele terá dificuldades [de aprovar ao contrário]. Qualquer senador e deputado [do PSD] pode votar de acordo com a sua convicção, mas teremos dificuldade de acompanhar o presidente se ele retirar essa autonomia”, disparou. Ainda sobre Lula, Kassab respondeu quem é o maior adversário do presidente no momento. “[Bolsonaro] É o maior adversário do Lula, teve quase 50% dos votos, tem uma base no Congresso, quase 200 deputados federais, um número grande de senadores”, iniciou o presidente nacional do PSD. “O Brasil hoje tem uma oposição de direita, liderada pelo Jair Bolsonaro e que tem uma dimensão grande”, completou.

Também apoiador do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de quem é uma espécie de homem-forte de sua gestão no Palacio dos Bandeirantes, Kassab elogiou sua gestão de três meses. “São Paulo está entendendo a importância da eleição dele. Primeiro, porque é sangue novo. Era muito tempo do PSDB, estava na hora de trocar. Ele tem trabalhado muito e montou uma boa equipe. Não tenho dúvidas de que será um grande governador”, resumiu. Perguntado se acredita que Tarcísio pode ser eleito Presidente da República, o político não titubeou: “O Tarcísio está iniciando seu projeto eleitoral e iniciou muito bem. Essa vinculação do Tarcísio em nível nacional em 2026 é inadequada, eu vejo o Tarcísio como liderança paulista e que precisa fazer bom governo e que seja candidato a reeleição. Ao final desses oito anos continuará jovem, então não tem nenhum sentido [colocá-lo como presidenciável para a próxima eleição]”, disse. Kassab não perdeu a oportunidade de falar sobre o trabalho em conjunto de Tarcísio e Lula no litoral norte de São Paulo após a chuva que deixou dezenas de mortos.

“Isso é muito positivo, é um exemplo que os dois estão dando para o país. É fundamental que os eleitos se entendam. Espero que seja assim ao longo de todo o mandato. É civilizado e correto”, disse. Por fim, o cacique do PSD ainda falou sobre orçamento secreto, tema recorrente na política em 2022. “Qual é o parlamentar que recusa, em ano de eleição, um valor de recurso tão grande? Tanto é que 90% deles aceitaram. Eu acho que quem é oposição não deve buscar verbas do governo, tem que fiscalizar e buscar alternativas. Não critico os parlamentares por usar essa verba, ano de eleição seus adversários estavam usando, mas a minha opinião é que sou contra as RP9 [nome técnico do orçamento secreto]”, finalizou. O programa vai ao ar toda segunda-feira, às 21h30 (horário de Brasília) na rádio FM 100.9 e AM 620, TV JP News, no aplicativo Panflix e no Youtube.

Assista na íntegra a entrevista:





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