Contingente total disponibilizado pelo governo federal para ajudar a combater a criminalidade no Estado é de 230 homens; até o momento, 28 suspeitos foram detidos e duas pessoas morreram
Após a chegada dos agentes da Força Nacional ao Rio Grande do Norte, na noite desta terça-feira, 14, para ajudar o Estado no combate aos ataques de gangues que vem ocorrendo em pelo menos 14 cidades, 28 suspeitos já foram presos, segundo a Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social. Dentre as pessoas detidas, uma era um adolescente, três eram foragidos da Justiça recapturado, um tornozelado preso com arma de fogo e um ferido, que foi encaminhado a uma unidade de saúde. As operações também apreenderam seis armas de fogo e um simulacro, 30 artefatos explosivos apreendidos, oito galões de gasolina, cinco motos, dois carros, além de dinheiro, drogas e munições. A Força Nacional desembarcou na Base Aérea de Natal junto da governadora Fátima Bezerra (PT), que estava em agenda em Brasília e voltou ao Estado junto à tropa no avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O contingente conta com 100 agentes, 30 policiais militares no primeiro avião e mais 70 em um segundo. Outros 100 agentes devem ser enviados para a capital Natal em 30 viaturas e mais 30 policiais do sistema prisional federal devem chegar também para reforçar os serviços na Penitenciária Federal de Mossoró, no interior do Estado.
O Rio Grande do Norte vive momentos de terror e caos em diversas cidades, entre elas a capital, desde a madrugada de terça, com gangues de bandidos realizando atos de vandalismo, atirando e ateando fogo contra carros e prédios públicos. Um suspeito morreu durante confronto armado contra policiais em Natal na madrugada de terça. Já nesta quarta, o dono de um supermercado que era assaltado foi baleado e morreu, tornando-se a primeira vítima inocente. Nas redes sociais, internautas continuam compartilhando cenas de destruição em pelo menos duas cidades, Santa Cruz, a 100 quilômetros da capital, e na zona norte da própria Natal. Na cidade, os ônibus voltaram a circular normalmente nesta quarta, mas as escolas e as universidades estão com funcionamentos parcialmente suspensos.
O secretário de Segurança Pública e da Defesa Social do Estado, coronel Francisco Canindé, diz acreditar que as ações de vandalismo tenham ocorrido em resposta a uma operação policial. As autoridades apontam que as ações foram comandadas de dentro do presídio de Alcaçus, o maior do RN, onde se encontrava o líder de uma das facções mais poderosas da região, conhecida como Sindicato do Crime. As autoridades também apontam que a motivação tem relação com insatisfações dos presos, como em relação às restrições de visitas íntimas aplicadas no final de 2022 e em vigor até o momento e falta de produtos de higiene nas unidades
*Com informações da repórter Virgínia Coelli