Em entrevista à TV Jovem Pan News, deputado federal disse que discurso do presidente estimula ambiente hostil contra agentes da lei
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos) disse nesta quarta-feira, 22, que o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) de ataque contra o ex-juiz e atual senador do União Brasil, Sérgio Moro, e a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm o mesmo significado. A afirmação foi feita durante entrevista à TV Jovem Pan News. O parlamentar disse que o discurso do mandatário estimula ambiente hostil contra agentes da lei. “Esses dois eventos não tem uma ligação causal. Agora, não significa que eles não tenham o mesmo sentido e o mesmo significado. Porque você vê a criminalidade organizada de rua reagindo contra os agentes da lei com as suas próprias armas e você vê uma criminalidade elite reagindo com as suas próprias armas, com canetas, com articulação política, contra os agentes da lei. É inegável que, independente desses dois fatos estarem em paralelo, não terem uma ligação causal, mas terem o mesmo significado, independentemente disso, a fala de Lula claro que gera um ambiente hostil. Ele estimula um clima hostil. Falas que têm o mesmo significado e que partem de pessoas que foram alvo de de atuação do Estado de agentes da lei e que se insurgem contra isso”, comentou. Na terça-feira, 21, Lula afirmou que, durante seu período preso em Curitiba, queria se vingar do então juiz Moro. “De vez em quando um procurador entrava lá de sábado, ou de semana, para visitar, se estava tudo bem. Entrava três ou quatro procuradores e perguntava ‘tá tudo bem?’. Eu falava ‘não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu f**** esse Moro’”, disse o presidente, em entrevista ao canal TV 247.
Para Dallagnol, que é ex-procurador da Operação da Lava Jato, Moro está sofrendo vingança e retaliação do crime organizado. “Ele está sofrendo essa ameaça, esse atentado, não é pelos belhos olhos dele, por ser feio ou bonito, gordo, magro, baixo ou alto, mas é pelo trabalho que ele fez como agente da lei. Ele está sofrendo uma vingança, uma retaliação do crime organizado contra ele. E quando o crime organizado retalia um agente da lei quem sai prejudicado é a sociedade. Eles fazem isso para que ninguém mais ouse atuar contra o crime organizado, para que ninguém mais ouse trabalhar contra as lideranças poderosas do crime. Então a gente vê esse movimento de vingança e retaliação que não só acontece a partir da criminalidade nas ruas, mas também acontece a partir da criminalidade nos palácios”, disse o deputado.
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