Medidas, mais uma ofensiva do presidente Daniel Ortega, ocorrem dias depois de ter completado cinco anos dos protestos que levaram o endurecimento do regime
A Nicarágua encerrou as atividades da Cruz Vermelha no país, nesta quarta-feira, 10. Os bens da entidade também foram confiscados. As medidas, mais uma ofensiva do regime do presidente Daniel Ortega, ocorrem dias depois de ter completado cinco anos dos protestos que levaram o endurecimento do regime. “Revoga-se o Decreto Legislativo número 357 (…) de 29 de outubro de 1958, mediante o qual foi criada a Associação Cruz Vermelha Nicaraguense”, diz a resolução aprovada por unanimidade pela Assembleia Nacional, controlada pela Frente Sandinista, de Daniel Ortega. Deputados governistas acusaram a Cruz Vermelha de transgredir as leis que regem organizações sem fins lucrativos e o princípio de neutralidade da organização humanitária. Aprovada na Assembleia, a lei ordena a criação de uma nova Cruz Vermelha nicaraguense, que será uma “entidade autônoma descentralizada, com personalidade jurídica, patrimônio próprio e duração indefinida”, subordinada ao Ministério da Saúde. Mais de 2.000 organizações privadas foram banidas na Nicarágua acusadas de violar a lei, incluindo organizações empresariais e universidades católicas. A Cruz Vermelha foi fundada em Genebra em 1863 para proteger as vítimas de conflitos armados, impulsionada pelo banqueiro suíço Henri Dunant, vencedor do primeiro Prêmio Nobel da Paz, em 1901.