Com o pedido de vista, Bolsonaro poderá ter até 60 dias de ‘fôlego’ no julgamento contra ele; próxima sessão está marcada para a próxima terça-feira
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 23, que pensa na possibilidade de o ministro Raul Araújo Filho, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedir vista no julgamento da ação que pode torná-lo inelegível por oito anos. A primeira sessão do julgamento foi realizada nesta quinta-feira, 22, com a leitura do relatório do ministro Benedito Gonçalves e as manifestações do PDT, autor da ação, e do Ministério Público Eleitoral, que já se recomendou a inelegibilidade de Bolsonaro. “Ele (ministro Raul) é conhecido por ser um jurista bastante apegado à lei, e, apesar de estar em um tribunal político-eleitoral, há uma possibilidade de pedir [vista]. Isso é bom, porque ajuda a gente, clareando os fatos”, disse em entrevista à rádio Gaúcha, nesta manhã.
O TSE julga se Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, ao questionar a eficácia das urnas eletrônicas no Brasil durante reunião com embaixadores, no ano passado. A defesa do ex-presidente também conta com a possibilidade de pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, a votação deverá ser suspensa por um prazo de 30 dias, prorrogável por mais 30, para que o autor do pedido de vista analise melhor os autos e anuncie seu voto. Questionado sobre o que pretende fazer caso tenha seus direitos políticos cassados, Bolsonaro disse que não quer discutir essa possibilidade. “Deixarei a política do Brasil quando as condições físicas e mentais não permitirem mais. Ou quando eu partir para outra. Até lá, vou fazer política, porque estou com 68 anos e pretendo continuar colaborando”, afirmou. O julgamento será retomado na próxima terça-feira, 27.