Técnico da seleção olímpica do Egito concedeu entrevista à Jovem Pan e falou sobre as pretensões do país africano na próxima edição dos Jogos Olímpicos
Campeão da Rio-2016 com a seleção brasileira, o treinador Rogério Micale tentará conquistar sua segunda medalha olímpica no ano que vem, na Paris-2024. À frente da seleção egípcia sub-23, o técnico garantiu a vaga nos próximos Jogos Olímpicos há duas semanas, com o vice-campeonato da Copa Africana de Nações da categoria, diante de Marrocos. “Perdemos a final no detalhe, mas saímos satisfeitos porque o objetivo era ir até Paris. Acreditamos que o trabalho de um ano está sendo bem feito. O Egito está satisfeito, existe uma euforia no país… Demonstramos um grande potencial. Até a final, nós não tínhamos sofrido um gol. É um motivo de alegria. Temos tudo para fazer uma grande Olimpíada”, disse, em entrevista exclusiva ao site da Jovem Pan. “Meu grande objetivo e do Egito é ganhar uma medalha. Até o momento, o país não tem um pódio, não chegou numa semifinal. Para isso, temos que contar com os bons atletas que vêm dos profissionais. Como falei, acredito muito nesta seleção. Apesar de todos os contras que nós tínhamos inicialmente, conseguimos reverter a situação. Agora, vivemos a expectativa muito alta de ganhar uma medalha. Eu acredito”, acrescentou.
Na campanha do título em 2016, Micale levou Neymar como um dos três jogadores acima de 23 anos. Agora, o treinador espera contar com Mohamed Salah, estrela do Liverpool, para fazer história novamente. “Quero contar com o Salah. É uma conversa que nós já iniciamos, mas que depende de vários fatores, como liberação do Liverpool. Se der tudo certo, quero poder contar com ele. É um reforço de peso e que pode nos dar mais esperança para conquistar uma medalha”, declarou o treinador brasileiro, que também listou outros destaques do Egito. “Em relação aos novos talentos, estamos vendo surgir o Ibrahim Nadel, eleito o melhor jogador da Copa Africana de Nações sub-23. Eu não posso compará-lo com o Salah, que já chegou num patamar muito alto, mas tem as mesmas características. Ele tem uma boa velocidade, habilidade e 1 contra 1 muito forte. Ele arrasta a marcação mesmo, tem até características brasileiras. Tem potencial muito forte para repercutir internacionalmente. Acredito muito também no Ahmed Koka, que tem muito potencial. Defensivamente, também temos Hossam Abdelmaguid.”
Egito como sede da Copa do Mundo?
Recentemente, a mídia internacional noticiou que Egito, Arábia Saudita e Grécia estavam pensando em lançar uma candidatura para sediar a Copa do Mundo de 2030. Para o treinador, o país ainda não está preparado para receber um evento deste porte. “Se depender da paixão do futebol, a Copa do Mundo acontece amanhã no Egito. Nunca vi nada parecido. Em termos de amor ao futebol, o egípcio é fora da caixa. É impressionante como eles amam futebol. Eles colocam 70 mil, 80 mil pessoas facilmente no estádio. Em relação à infraestrutura, precisa melhorar, como a estrutura física, os campos… Não é o suficiente para receber um Mundial. Eu fui ao Marrocos agora e posso dizer que eles estão preparados para receber uma Copa. Em termos de estrutura, estádios, CTs… É tudo muito bom e novo. No Egito, ainda é preciso de algo mais estruturado e organizado. Ainda não é o momento do Egito para atender as demandas do mundo”, opinou.