China demite ministro da Defesa que não é visto em público há dois meses


Última aparição de Li Shangfu foi em agosto, depois de ter feito uma viagem oficial a Moscou e Minsk; nova onda de demissão também respingou no ministro de Ciência e Tecnologia e ministro das Finanças

Catherine LAI / AFPTV / RUSSIAN DEFENCE MINISTRY / BELARUS PRESIDENCY / POOL VIA VGTRK / AFPministro da defesa da China
Li Shangfu, ministro da Defesa da China

A China demitiu nesta terça-feira, 24, ministro da Defesa, Li Shangfu. Ele não é visto em público há dois meses, sua última aparição foi em agosto, pouco depois de ter feito uma viagem oficial a Moscou e Minsk para se encontrar com autoridades russas e bielorrussas, o que gerou especulações de que ele havia sido afastado do cargo. “Na sexta reunião da comissão permanente do XIV Assembleia Popular Nacional da República Popular da China, em 24 de outubro de 2023, foi decidido destituir Li Shangfu dos cargos de membro do Conselho de Estado e ministro da Defesa”, informou a emissora estatal CCTV, acrescentando que Qin Gang, ex-ministro das Relações Exteriores, foi expulso do Conselho de Estado. Segundo a imprensa local, essas alterações estão associadas a uma grande reestruturação da liderança do país.

Em setembro, o jornal The Financial Times informou que o governo dos Estados Unidos acreditava que Li estava sendo investigado pelas autoridades e que havia sido destituído. O jornal chegou a dizer que ele está em prisão domiciliar enquanto é objeto de uma investigação, cuja natureza é desconhecida. A imprensa não mencionou um substituto para Li e também não explicou os motivos de sua destituição. O fim das aparições públicas do ministro ocorreu pouco depois das demissões de dois generais da Força de Foguetes do Exército de Libertação Popular (PLA), para as quais não foi dada qualquer explicação. Li, um general de 65 anos que assumiu o cargo em março, foi sancionado em 2018 pelos Estados Unidos sob a acusação de ter comprado armamento da empresa estatal russa Rosoboronexport. A demissão do general foi oficializada antes da realização de um fórum de segurança na China que, segundo a imprensa estatal chinesa, contará com a presença de uma delegação dos Estados Unidos, no âmbito de um processo de desanuviamento entre as duas potências.

A presença de representantes do Pentágono no evento marcará um importante avanço no diálogo de alto nível sobre a defesa, há muito interrompido. Acredita-se que a aproximação entre Pequim e Washington nos últimos meses poderá conduzir, em novembro, a um encontro entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o da China, Xi Jinping, em San Francisco (EUA), à margem da cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico. O episódio desta terça-feira, lembra o ocorrido com Qin Gang, que se demitiu em julho passado do cargo de ministro das Relações Exteriores, também sem explicação, depois de ter desaparecido dos eventos oficiais durante o mês anterior. Além de Li, também foram demitidos o ministro de Ciência e Tecnologia, Wang Zhigang, e o ministro das Finanças, Liu Kun, também foram destituídos de seus cargos, de acordo com a CCTV.

*Com agências internacionais

 





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