Cyva, uma das integrantes do icônico Quarteto em Cy, morreu neste domingo (22) no Rio de Janeiro. Ela estava internada no Hospital Casa Rio Botafogo, na Zona Sul fluminense, devido a complicações de uma pneumonia.
O fim de sua trajetória não é apenas um momento para lembrar sua contribuição à música brasileira. A família informou os fãs que o corpo da cantora foi doado para estudos e pesquisas de uma universidade, solidificando ainda mais seu legado.
“É com imenso pesar que noticiamos a passagem de Cyva, integrante e fundadora do Quarteto em Cy. Cyva participou de toda a carreira do grupo, desde 64, todas as formações. Grande líder, uma irmã e tia generosa com todos, uma amiga sensível. Vai fazer muita falta!“, diz o comunicado da família.
Cyva faleceu apenas 6 meses depois da irmã Cynara – que morreu em abril deste ano devido a uma insuficiência respiratória, aos 78 anos.
A notícia da morte de Cyva causou comoção entre os amigos e fãs.
“A família agradece a todos os amigos e fãs que, de alguma maneira, transmitiram o seu carinho para nós, através das redes sociais, vocês são importantes demais nesse trajeto e caminhada”, publicou a família nas redes.
Nascida em Ibirataia, Bahia, Cyva fez parte de um grupo musical que se tornou referência na Música Popular Brasileira (MPB). O Quarteto em Cy, conhecido por suas harmonias vocais únicas, foi formado pelas irmãs Cybele, Cynara, Cyva e Cylene em 1964.
As irmãs se mudaram para o Rio de Janeiro na intenção de dar início à carreira musical. Na Cidade Maravilhosa, receberam apoio de ninguém mais, ninguém menos que o cantor e compositor Vinicius de Moraes.
A partir daí, passaram a interpretar grandes compositores, tendo sido apelidadas carinhosamente de “baianinhas“.
Doação do corpo de Cyva
Obedecendo ao pedido da própria Cyva, a família doou o corpo da cantora que desejava contribuir com a ciência.
O ato de doar o corpo para pesquisa não é apenas uma escolha pessoal, mas também um gesto que simboliza uma vida dedicada às causas maiores.
É uma prática que pode fornecer dados valiosos para estudos em diversas áreas, como medicina, biologia e até a mesmo a engenharia.
“É importante que as pessoas saibam que a doação de corpos é fundamental para avanços científicos“, ressalta a universidade que recebe o corpo da cantora.
Este ato altruísta pode ser uma ferramenta vital para o desenvolvimento de novas terapias, procedimentos cirúrgicos e outros avanços que têm o potencial de beneficiar a humanidade como um todo.
“Ela escreveu uma carta, registrada em cartório, há alguns anos, e entregou à sobrinha mais velha, Andrea Chakur [filha de Cylene], para guardar esse desejo para quando precisasse divulgar”, disse Chico Faria, sobrinho de Cyva, em entrevista ao jornal ‘O Dia’.
“A motivação foi porque tia Cyva era espiritista [kardecista], e, portanto, acreditava, como todo espiritista, que o corpo é somente uma “matéria”, física mesmo, e nessa condição, ao invés de enterrar, era preferível doá-lo para estudos e pesquisas. Ela era a personificação da bondade e generosidade”.
“Tanto é que, num último ato, se formos pensar, ainda pensou no próximo”, finalizou.
Veja uma foto das integrantes do Quarteto em Cy:
Confira a publicação falando sobre a doação do corpo da cantora:
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