Preocupadas com concorrência da China, siderúrgicas temem parar produção e demitir funcionários


Representantes do setor têm conversado com o governo federal e defendem uma alíquota de importação de 25%, mesma adotada por outros países e blocos econômicos como Estados Unidos, México, Reino Unido e União Europeia

Pixabayferro siderurgica
Siderúrgicas brasileiras querem aumentar a alíquota de importação para se proteger da concorrência chinesa

A indústria siderúrgica brasileira pode enfrentar profundas dificuldades em 2024 caso o governo federal não adote medidas protetivas, como o aumento da alíquota de importação. O setor corre risco de demissões e paralisações de plantas. O alerta foi feito nesta quinta-feira, 23, pelo Instituto Aço Brasil, que representa o setor nacionalmente. A preocupação é com a entrada em massa de produtos siderúrgicos no mercado brasileiro, que veem especialmente da China. No ano passado, as importações somaram 3,5 milhões de toneladas, a previsão para este ano é de 5 milhões de toneladas, e a primeira estimativa feita para 2024 aponta para 6 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos importados. As importações ocorrem em detrimento do mercado nacional. De acordo com o Instituto Aço Brasil, a estimativa de produção de aço em 2024 aponta para queda de 4% em comparação com este ano. Além disso, vendas internas podem ter uma queda de 6%. Enquanto isso, a expectativa é de que as importações avancem 20%. Atualmente, a alíquota de importação é de 9,6%.

Segundo o Instituto Aço Brasil, em Santa Catarina há ainda uma isenção de ICMS para o setor, o que reduz ainda mais a alíquota de importação. O setor tem conversado com o governo federal e seus representantes defendem uma alíquota de 25%, mesma adotada por outros países e blocos econômicos como Estados Unidos, México, Reino Unido e União Europeia. A medida serve para proteger a indústria nacional da sobreoferta de aço no mundo. Neste ano, a China deve importar mais de 100 milhões de toneladas por meio de práticas questionáveis pelo mercado. Em entrevista à Jovem Pan News, o diretor-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, falou sobre a postura do governo em torno desta demanda da siderurgia.

“É um setor prioritário, tem que ser tratado como prioritário, e a nossa expectativa é de que o governo está sensível para a necessidade de que o país adote as mesma práticas que foram adotadas por outros países preocupados com as suas siderurgias. A nossa expectativa é de que o governo acolha o nosso pleito de elevação temporária do imposto de importação, apenas para 18 NCMs, não são para todos os produtos, por um período emergencial. É importante relembrar que a prioridade do setor não está vinculada a aumento de preço, o nosso problema é aumento de volume. Nós precisamos de volume para evitar a paralisação de plantas”, explicou Lopes. O Instituto Aço Brasil espera que ainda em 2023 o governo anuncie esta nova alíquota de importação para alguns produtos siderúrgicos. Para que haja uma mudança da alíquota, o Brasil ainda precisa chegar a um acordo com representantes do Mercosul sobre a Tarifa Externa Comum.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga





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