Atento no mercado da bola, o Rubro-Negro já definiu alguns alvos e trabalha intensamente para virar o ano com um novo treinador
O Flamengo definiu que irá buscar um treinador estrangeiro para substituir Renato Gaúcho, demitido na última segunda-feira, 29, após o vice-campeonato da Libertadores da América, diante do Palmeiras, em Montevidéu. Atento no mercado da bola, o Rubro-Negro tem o nome de Jorge Jesus como predileto não somente entre os integrantes da diretoria, mas também entre os torcedores. Com passagem vitoriosa pela Gávea, onde faturou a Libertadores (2019), o Brasileirão (2019) e outros títulos, o português está no comando do Benfica. O problema para a cúpula flamenguista, no entanto, é que ele tem contrato com os “Encarnados” até a metade do ano que vem e não deve deixar o clube em meio à disputa do Campeonato Português e da Liga dos Campeões da Europa – o time pode avançar às oitavas da competição continental. Além disso, o “Mister” e sua família precisariam ser convencidos a retornar ao território brasileiro.
De acordo com o repórter Rodrigo Viga, do Grupo Jovem Pan, outra opção cogitada pelo Flamengo é fechar com o argentino Marcelo Gallardo, responsável por revolucionar o River Plate e empilhar taças nos últimos anos – ao todo, sob a batuta do treinador, os “Millionários” ganharam 13 títulos desde 2014, sendo as Libertadores (2015 e 2018), o Campeonato Argentino (2021) e a Sul-Americana (2014) os principais. Vinculado ao clube de Buenos Aires somente até o fim deste ano, “El Muñeco”, como é conhecido, ainda não decidiu se irá continuar na Argentina ou escutar outras ofertas. Na mídia sul-americana, circula a informação de que ele poderia substituir Óscar Tabárez na seleção uruguaia, notícia essa que ainda não foi desmentida pelo técnico. Assim, o Rubro-Negro teria caminho livre para negociar com o profissional, mas precisa convencê-lo com uma boa oferta, tanto financeira como esportiva. Existe a possibilidade, ainda, de Gallardo querer dar outro passo em sua carreira, assumindo um time europeu – este movimento, vale lembrar, já foi feito pelos compatriotas Marcelo Bielsa, Diego Simeone e Maurício Pochettino, por exemplo.
Por fim, o Flamengo também analisa a situação dos portugueses André Villas-Boas e Carlos Carvalhal. O primeiro já foi especulado por outros times brasileiros, como o São Paulo, por exemplo, e está sem clube desde fevereiro, quando deixou o Olympique de Marseille. Em seu currículo, o treinador de 44 anos coleciona passagens por Porto, Chelsea, Inter de Milão, Tottenham, Zenit e até no Shangai Sipg, da China. Seus maiores feitos foram as conquistas do Campeonato Português e da Liga Europa, ambas na temporada 2010-11. Segundo o jornal “A Bola”, de Portugal, porém, ele não tem interesse em dirigir o Rubro-Negro ou qualquer outro clube. De acordo com o portal, o objetivo de Villas-Boas é assumir uma seleção a partir de 2022 – vale lembrar que Fernando Santos está “balançando” na seleção portuguesa. Já Carvalhal, por sua vez, foi sondado pelo Fla antes da diretoria fechar Domènec Torrent, ainda no ano passado. Rodolfo Landim, Marcos Braz e companhia, porém, teriam, agora, que convencê-lo a deixar o Braga, de Portugal, onde tem vínculo até junho de 2022.
Independente da escolha, a cúpula flamenguista deseja que o treinador comece a trabalhar no início de 2022, participando no processo de montagem do elenco e fazendo uma boa pré-temporada no clube. A ideia dos mandatários, inclusive, é que o novo comandante chegue com uma comissão técnica numerosa, capaz de estabelecer um bom elo com os jogadores, algo que “ficou devendo” com Rogério Ceni e Renato Gaúcho, os últimos dois profissionais que passagem pela Gávea. Com possibilidade retomar de conquistar o Brasileirão 2021, o time volta a campo nesta terça-feira, 30, para enfrentar o Ceará, com Maurício Souza, do sub-20, no banco. Em caso de empate ou derrota dos cariocas, o título ficará nas mãos do Atlético-MG.