Presidentes do Flamengo e da FPF são indicados para liderar novo processo para escolher um presidente para a entidade, que deve ser concluído até o início de 2022
Os desembargadores da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) acataram recurso do Ministério Público (MP) e anularam a Assembleia Geral da CBF realizada em 2017, que modificou a forma de votação para a presidência da entidade. Dessa forma, a eleição que conduziu Rogério Caboclo ao cargo de presidente da CBF em abril de 2018 também está anulada e um novo processo eleitoral deve se iniciar, contando com o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, como interventores para liderá-lo. Ainda cabe recurso, e a CBF deve apresentar um em breve.
Landim e Bastos terão 30 dias para organizar uma nova assembleia, que definirá o peso dos votos dos eleitores (federações estaduais e clubes da primeira e segunda divisões). Em sequência, uma nova eleição deve ser convocada. Os dois não terão ingerência sobre a administração da entidade, que continua sob o comando interino de Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol. Rodrigues comanda a CBF desde que Rogério Caboclo foi afastado pelo comitê disciplinar da entidade por assédio moral e sexual a funcionários.
Na assembleia geral de 2017, agora anulada, a CBF e os presidentes de federações estaduais mudaram o peso das votações: o voto das 27 federações teria peso 3, enquanto o de clubes da Série A teria peso 2 e da série B, peso 1 – na prática, as federações poderiam eleger um presidente sem nenhum voto dos clubes, que não participaram da assembleia. O MP acionou a Justiça, alegando que a eleição na entidade não seguia regras democráticas previstas na lei; a CBF se defendeu dizendo que, por ser uma entidade privada, tem autonomia de organização e sua eleição não pode ser rejeitada judicialmente. Caboclo foi candidato único em 2018 e foi eleito com todos os votos de clubes e federações, exceto Flamengo, que se absteve, e Athletico-PR e Corinthians, que votaram em branco.