Vacinados contra a gripe têm infecções mais leves pela H3N2, diz secretário de SP


Jean Gorinchteyn cita a baixa adesão à imunização e defende o uso de máscaras para controle das doenças respiratórias: ‘É fundamental’

FABRÍCIO COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOJean Gorinchteyn diz que o aumento de casos da gripe é concentrado na capital paulista

Após o Rio de Janeiro anunciar uma epidemia de gripe, a cidade de São Paulo vive um aumento significativo das infecções pelo vírus influenza. A avaliação é que, com as duas doses da vacina contra a Covid-19, há uma falta sensação de segurança na população, o que leva ao relaxamento de medidas protetivas e, consequentemente, ao aumento das doenças respiratórias. “O grande problema é que estamos em um período em que é natural as confraternizações com amigos e a associação da retida das máscaras com a sensação de segurança plena acaba favorecendo a circulação do vírus [da gripe], explica o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn. Segundo ele, no entanto, o aumento de casos da gripe não é generalizado no Estado, mas concentrado na capital paulista, especialmente na região central do município.

“Quem tomou a vacina pode, se tiver alguma exposição [a H3N2], ter formas muito mais brandas, como toda vacina propõe a proteção de formas graves e fatais. O grande problema é que tivemos uma adesão, especialmente de grupos mais vulneráveis, muito baixa. Nosso objetivo era 90% da vacinação. Os profissionais da área da educação tiveram 66% de adesão. Quando falamos em gestantes, apenas 72% e quando citamos os idosos, isso melhorou para 78%, mas ainda longe do patamar”, pontua o secretário, que destaca a necessidade contínua das medidas protetivas. “A utilização de máscaras é fundamental. Não temos apenas o coronavírus circulando, mas outros vírus que circulam e que estão proporcionando o risco maior de novas infecções.”

A respeito da variante Ômicron, que também avança em São Paulo, Jean Gorinchteyn afirmou que 13 casos já foram confirmados, sendo oito deles nesta quarta-feira, 15. Para ele, é questão de tempo até ser confirmada a transmissão comunitária da nova cepa. “A variante pode já fazer parte do nosso meio com quadros muito mais leves, porque as pessoas fizeram uso das vacinas. Com relação à vacinação da gripe, nós não temos pelos dados estatísticos a necessidade de criar estratégias vacinais. O que fizemos ontem foram questionamentos a áreas técnicas do Ministério para saber como está a epidemia no Brasil, inclusive para que estejamos nos protegendo em relação a nossa fronteira com o Rio”, finalizou.





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