Descompasso climático já custou mais de R$ 44 bilhões ao setor, valores que serão repassados aos consumidores
As mudanças climáticas geram prejuízo bilionário ao agronegócio brasileiro. A seca e o excesso de chuvas afetaram sensivelmente colheitas importantes no Brasil. O descompasso já custou mais de R$ 44 bilhões ao setor, com a forte estiagem no Sul e a chuva em excesso no Sudeste e Nordeste. O engenheiro agrícola, Vinícius Hunke, sócio da Quist Investimentos, avalia que as negociações com os bancos serão inevitáveis para garantir as atividades no campo. “Por isso tome as providências necessárias para de alguma forma se blindar, seja acionando o seguro que ele fez para produzir, seja uma medida mais drástics, dependendo do nível de endividamento e ingressar com recuperação judicial”, relata.
Os efeitos são repassados nos preços aos consumidores. Há uma grande preocupação no agronegócio porque em 2021, com a falta de chuvas, a produtividade já foi menor. Depois, o inverno com uma forma geada também afetou muitas colheitas. Com isso, muitos produtores não conseguiram se recuperar e já sentem novas dificuldades. O especialista em reestruturação de empresas, Vinícius Hunke, ressalta que a Companhia Nacional de Abastecimento projeta um volume de 284 milhões de toneladas de grãos na safra 21/22, o que representa um aumento de 12%, mas condiciona o resultado à normalização do clima. A seca do Sul do país atinge as plantações de milho, soja, e a diminuição da colheita é considerada inevitável. A estimativa é que o Brasil deixe de produzir 6,7 milhões de toneladas de grãos.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos