Moradores da capital Lima e do porto vizinho de Callao deveriam ficar até meia-noite desta terça sem irem às ruas por causa de protestos
Apenas trabalhadores essenciais puderam circular por Lima após governo peruano instituir toque de recolher para conter protestosO presidente do Peru, o esquerdista Pedro Castillo, anunciou na tarde desta terça-feira (5) o fim antecipado do toque de recolher diurno que tinha decretado em Lima e no porto vizinho de Callao para conter protestos. “A partir deste momento, vamos tornar sem efeito esta imobilidade [toque de recolher]. Corresponde chamar o povo peruano à tranquilidade”, disse Castillo, sentado ao lado da presidente do Congresso, a opositora María del Carmen Alva. Patrulhas militares e policiais policiavam nesta terça as ruas semidesertas de Lima, fazendo cumprir o toque de recolher diurno decretado por Castillo, que foi rejeitado por amplos setores da população, incluindo líderes da esquerda. “As medidas tomadas, como as adotadas ontem [segunda-feira], não são para ir contra o povo, mas para resguardar a vida dos compatriotas”, disse Castillo, que enfrenta o primeiro protesto de seu governo, iniciado há oito meses.
O anúncio do fim do toque de recolher, que devia durar até a meia-noite, foi recebido com vivas por centenas de manifestantes reunidos perto do edifício do Congresso e em outras partes de Lima, afirmando que tinham dobrado o presidente. Os comércios estavam fechados, as aulas suspensas e o transporte público era quase ausente na capital e no vizinho porto de Callao, onde vivem 10 milhões de pessoas. Os limenhos foram surpreendidos pela medida, anunciada pela TV por volta da meia-noite de segunda por Castillo, pois os distúrbios do dia tinham sido focalizados e os mais graves ocorreram em províncias, não na capital. O jogo do Flamengo contra o Sporting Cristal pela Copa Libertadores ocorrerá nesta terça na capital peruana, após o anúncio de que seria adiado por causa do toque de recolher.
*Com informações da AFP
















