Conflito no Leste Europeu, provocado pela invasão da Rússia ao território do país vizinho, completa oito meses
Na última quarta-feira, 19, pouco antes da guerra da Rússia na Ucrânia completar oito meses, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que ainda não está acostumado com o conflito em seu território e que não quer se acostumar a ele. A declaração foi dada em entrevista à emissora canadense CTV. “Eu não me deixo, não me permito me acostumar com isso. Você pode se acostumar com a guerra, se acostumar com o número de vítimas. Você pode se acostumar emocionalmente, as matanças, as matanças. É a guerra afinal, consequências da guerra, mas eu, eu vivo com a ideia de que não estou pronto para nos acostumar com o sofrimento, para me acostumar com a guerra, para não sentir as dores das matanças e por isso preciso do energia, para me motivar todos os dias a avançar para a vitória. E por isso, quero continuar humano (…) [Isso] me motiva a cada dia avançar para a vitória. E, portanto, quero continuar humano“, disse Zelensky.
Questionado se consideraria ceder território à Rússia em um acordo de paz, Zelensky disse que essa não era uma opção. “Bem, a questão é que você não pode comercializar o que não é seu. Isso é o que a Rússia não consegue entender… Todas as nossas terras pertencem aos cidadãos da Ucrânia”, disse o presidente ucraniano. Considerando o destino do presidente russo Vladimir Putin, que os EUA e outros país acusaram de crimes de guerra, Zelensky disse ainda que não se importava com o que aconteceu com ele, mas acrescentou: “As pessoas têm que assumir a responsabilidade por suas ações, não importa o quê, não importa quando. A paz não é suficiente.”
A Rússia intensificou seus ataques com mísseis e drones à infraestrutura de energia e água da Ucrânia nesta semana, no que a Ucrânia e o Ocidente chamam de campanha para intimidar civis antes do inverno frio. O exército de Vladimir Putin invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano no que chama de “operação militar especial”. Moscou nega deliberadamente atacar civis, embora o conflito tenha matado milhares, deslocado milhões e pulverizado cidades ucranianas.
*Com informações da Reuters