Representantes da França, Grã-Bretanha e Alemanha pediram uma ‘investigação imparcial’ sobre os equipamentos bélicos que a Rússia tem usado na guerra
Nesta sexta-feira, 21, representantes da França, Reino Unido e Alemanha pediram, em carta à Organização das Nações Unidas (ONU), uma “investigação imparcial” sobre os drones iranianos que os países do Ocidente apontam que a Rússia usa na guerra na Ucrânia: “Receberíamos com satisfação uma investigação da equipe do Secretariado das Nações Unidas encarregada de supervisionar a aplicação da Resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”. Tal resolução foi aprovada em 2015 e afirma que todo comércio com o Irã, país sujeito a sanções internacionais por seu programa nuclear, tem que ser aprovado pelo Conselho de Segurança. Segundo os signatários, há “evidências significativas” de que a Rússia mobiliza drones das séries Mohajer e Shahed, que têm raio de ação de mais de 300 km. A série Mohajer é fabricada pela Iranian Qods Aviation, que é objeto de sanções sob essa resolução. De acordo com a carta, esses veículos aéreos não tripulados “estão sendo utilizados pela Rússia em sua guerra de agressão contra a Ucrânia em ataques à infraestrutura civil e a cidades em todo o país, causando a morte de inocentes”.
Em reunião do Conselho de Segurança na tarde desta sexta, convocada pelo México e pela França para discutir a situação na Ucrânia, o embaixador francês Nicolas de la Rivière pediu ao Irã que “cesse todo o apoio à Rússia”. Além disso, o francês condenou a “cumplicidade” de Belarus, de onde são lançados mísseis e drones contra a vizinha Ucrânia. O enviado russo ante a ONU, Vassily Nebenzia, chamou as acusações de “outra notícia falsa sobre os supostos fornecimentos à Rússia”. A União Europeia e o Reino Unido também aprovaram novas sanções contra indivíduos e entidades iranianos envolvidos na transferência e produção de drones usados pelas tropas russas na Ucrânia. Além disso, fontes sugerem que o Irã pretende transferir mais drones e, potencialmente, mísseis balísticos para a Rússia, o que seria uma “nova violação da Resolução 2231 e representaria uma escalada significativa”, afirmam os signatários da carta.
*Com informações da AFP