Copa do Mundo: Zebras e recorde de 0 a 0 na primeira rodada mostram mudança no futebol de seleções


Seleções sem grande expressão no Mundial surpreenderam as favoritas com tática e marcação pesada

EFE/EPA/Mohamed MessaraJogadores da Arábia Saudita comemoram gol diante da Argentina, em jogo válido pela 1ª rodada do Grupo C
Arábia Saudita fica marcada com a vitória mais surpreendente da primeira rodada

A primeira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo do Catar mostrou para muitos que “não existe mais bobo no futebol”. Grandes seleções tropeçando e passando sufoco para vencer equipes que não costumam ter tradição em Copas, além do recorde de placares 0 a 0, é a evidência de que o futebol evoluiu e a disputa está mais acirrada. Logo no segundo dia, a tradicional Holanda sofreu para vencer Senegal por 2 a 0. A seleção africana é a atual campeã da Copa Africana de Nações e tem como treinador Aliou Cissé, estrela do país na Copa de 2002. Com um futebol rápido, tático e com jogadores que atuam em grandes ligas, Senegal teve mais posse de bola e mais chances de balançar as redes, mas no fim levou dois gols. Na maior ‘zebra’ do torneio, a Arábia Saudita virou o jogo contra a Argentina e venceu por 2 a 1. O treinador francês, Hervé Renard, tem a fama de treinar seleções muito corretas taticamente e ofensivas. Em 2012 foi campeão da Copa Africana de Nações com a Zâmbia, e em 2015 conquistou o mesmo título com a Costa do Marfim. O Japão também surpreendeu ao vencer a Alemanha por 2 a 1. Assim como a Arábia, os japoneses se organizaram taticamente no segundo tempo e usaram as falhas alemãs para virar o jogo. Curiosamente, Ritsu Doan e Takuma Asano jogam na liga nacional da Alemanha.

A atual edição chegou a quatro empates sem gols (Dinamarca x Tunísia; México x Polônia, Marrocos x Croácia e Uruguai x Coreia do Sul) ultrapassando a marca da Copa de 1982 que teve três empates de 0 a 0. No entanto, aquela edição teve menos seleções (24 contra 32) e apenas 12 jogos na primeira rodada, contra 16 da Copa do Catar. As seleções europeias eram as favoritas nos confrontos, e os uruguaios despontavam como melhores contra os asiáticos. No entanto, dentro de campo os favoritos tiveram dificuldades para ‘furar’ os sistemas defensivos. Na briga ‘Davi contra Golias’, os pequenos têm mostrado potencial de marcação e resistência, entendimento do futebol e postura séria em campo. Do outro lado, alguns pareceram acomodados com o favoritismo e depois do ‘baque’ é possível que a segunda rodada tenha mais emoção e energia de quem achou que a vitória estava garantida.





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