Chefe de Estado não descartou realizar uma nova mobilização e informou que continuará a bombardear infraestruturas energéticas ucranianas
O líder russo, Vladimir Putin, informou nesta quinta-feira, 8, que o conflito na Ucrânia pode se estender por mais tempo. “No que diz respeito à natureza prolongada da operação militar especial e seus resultados, é claro, vai demorar um pouco, talvez”, afirmou em uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da Rússia no Kremlin e não descartou realizar uma nova mobilização, mas que não vê necessidade imediata para tomar essa atitude. Apesar de alertar sobre a ameaça crescente de uma guerra nuclear, já que se mostrou disposto a lutar com todos os meios que tem a sua disposição, porém acrescentou que vê o arsenal nuclear russo como um dissuasor e não com uma provocação. “Quanto à ideia de que a Rússia não usaria tais armas primeiro em nenhuma circunstância, isso significa que ela não seria capaz de ser a segunda a usá-las também, porque a possibilidade de fazer isso em caso de um ataque ao nosso território seria muito limitada”, disse. “Como defesa, consideramos sim as armas de destruição em massa, as armas nucleares, tudo é baseado no chamado ataque de retaliação”, continuou. “Ou seja, quando somos atingidos, atacamos em resposta”.
Em sua declaração, ele garantiu que seu país continuará a bombardear infraestruturas energéticas ucranianas, em resposta aos ataques atribuídos a Kiev na península anexada da Crimeia. Putin minimizou as críticas ocidentais aos bombardeios que deixaram milhões de ucranianos sem luz e aquecimento, em pleno inverno. “Sim, bombardeamos, mas quem começou?”, declarou Putin em uma cerimônia de condecoração a soldados e outras personalidades no Kremlin. O presidente russo culpa a Ucrânia pela explosão que danificou a ponte da Crimeia no início de outubro. Também acusou as autoridades da ex-república soviética de terem “explodido as linhas de energia da usina nuclear de Kursk”, uma região russa na fronteira com a Ucrânia, e de “não fornecer água” ao reduto separatista pró-russo de Donetsk (leste).
*Com informações da AFP