China anuncia doação de 1 bilhão de vacinas contra à Covid-19 para a África


Especialistas afirmam que é necessário vacinar todo o mundo contra a Covid-19, não apenas alguns países, para impedir o surgimento de novas variantes

REUTERS/Carlos Garcia RawlinsXi Jinping, presidente da China

O presidente da China, Xi Jinping, anunciou nesta segunda-feira, 29, que vai doar 1 bilhão de doses de vacina contra a Covid-19 para a África. Segundo o portal Our World in Data, o continente africano tem apenas 7% da população totalmente vacinada. O presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Fonseca, alertou para a necessidade de que a vacinação contra a Covid-19 tenha sucesso em todo o mundo e não apenas em alguns países. “A Delta surgiu na Índia, que tinha menos de 10% de cobertura vacinal na época, e agora a Ômicron surge na África, que também tem um problema grave de cobertura vacinal. Isso chama a atenção do mundo inteiro para o fato de que não adianta tomar dose de reforço, quatro doses, se a gente não tiver um cuidado global, uma distribuição equânime de vacinas, porque esses locais vão continuar funcionamento como locais de geração de variantes, então é necessário, para a contenção global da pandemia a gente ampliar o acesso às vacinas no mundo inteiro, inclusive nessas regiões pobres”, afirmou.

Segundo a embaixada do Brasil em Pretória, na África do Sul, 240 brasileiros estão retidos na África do Sul sem conseguir voltar ao Brasil. Desses, 230 são turistas. O Ministério das Relações Exteriores diz que está fazendo o possível para facilitar o embarque dessas pessoas. A portaria que restringe voos de seis países da África começou a valer na última segunda-feira, 29. O fechamento da fronteira adotado pelo governo federal foi uma recomendação da Anvisa, por causa da nova variante Ômicron. Os governo do Chile e do Equador também anunciaram a proibição da entrada de pessoas vindas de sete países africanos. Não há confirmação ainda da circulação da nova cepa do coronavírus no Brasil. Dois casos suspeitos são investigados: um em Belo Horizonte, Minas Gerais e outro em São Paulo capital. São brasileiros que estiveram na África e testaram positivo para a Covid-19 ao desembarcar no Brasil. As amostras positivas dos dois pacientes passam por sequenciamento genético para identificar qual a variante da infecção.

O morador de Guarulhos está em isolamento em casa, é assintomático e completou o esquema de vacinação. Já a paciente de Minas Gerais está internada, também em isolamento e não teria sido vacinada contra a Covid-19. Em entrevista ao jornal Jovem Pan o infectologista e pesquisador da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, André Kalil, disse que as pesquisas dos laboratórios americanos andam bem rápido e logo teremos uma resposta se os imunizantes seguirão sendo eficazes. Ele acredita que sim. “Eu acredito que há uma possibilidade muito grande de que as vacinas possam continuar eficientes, mas menos eficientes do que com a Delta, ou seja a importância da segunda dose e da dose de reforço vão ser maiores para combater a Ômicron. Neste momento, acho que o mais importante é se a gente conseguir vacinar o maior número de pessoas e continuar com o número de anticorpos elevados acho que vamos ter uma grande possibilidade de prevenir um desastre com a Ômicron”, afirmou.





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