Apesar do valor ser menor que o de 2021 para o período, a comparação do acumulado de 2022 com o ano passado já é 30%
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no terceiro trimestre de 2022, elevando para R$ 34,2 bilhões o resultado acumulado ao longo do ano. O resultado trimestral foi influenciado pela receita com dividendos da Petrobras, que somou R$ 7 bilhões, já que BNDES é acionista da petroleira estatal. Apesar do montante, o resultado foi inferior ao obtido no terceiro trimestre de 2021, quando a instituição registrou lucro de pouco mais de R$ 11 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, de janeiro até setembro, no entanto, o BNDES registrou alta no acumulado de 30%. Só a receita com dividendos da Petrobras nos nove primeiros meses de 2022 rendeu R$ 14,9 bilhões. Os desembolsos do terceiro trimestres de 2022 somaram R$ 29,4 bilhões. A previsão é de que os empréstimos do banco fechem 2022 acima dos R$ 90 bilhões, retomando patamares de 2016. As previsões apontam para um potencial de desembolso de R$ 108 bilhões em 2023 e de R$ 128 bilhões em 2024. Ao longo dos últimos quatro anos, a venda de ativos chegaram a R$ 88,5 bilhões e as devoluções de recursos ao Tesouro Nacional junto com pagamento de dividendos ficaram em, aproximadamente, R$ 340 bilhões.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que está encerrando seu mandato à frente da instituição, fala do legado que deixa para a nova gestão, sob o novo governo: “A gente postergou para dezembro de 2024 uma meta de R$ 600 a R$ 800 milhões de VAR diário, que é uma posição agressiva de VAR total sobre patrimônio, se comparado aos benchmarks internacionais. Cabe a próxima gestão decidir se continua isso ou não. Os melhores padrões internacionais de gestão de risco e benchmark com instituições públicas e privadas mostram que mesmo o BNDES é um dos bancos mais agressivos do mundo em posições especulativas em bolsa”. Recentemente, o BNDES firmou um acordo com o Ministério da Economia para devolver cerca de R$ 69 bilhões que foram emprestados pelo Tesouro em governos passados. A estimativa é de que sejam pagos R$ 45 bilhões ainda neste ano e o restante em 2023. Contudo, dividendos antecipados de R$ 15 bilhões que estavam previstos para serem pagos neste ano só irão ser pagos em 2023.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga