Cristina Kirchner pede ‘união nacional’ para Argentina ‘deixar de lado’ programa do FMI


Durante evento em Buenos Aires, vice-presidente disse que não será possível pagar o acordo firmado com o Fundo nos termos atuais

EFE/ Juan Ignacio RoncoroniCristina Kirchner, vice-presidente da Argentina
Vice-presidente discursou em evento na Praça de Maio, em Buenos Aires

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu “união nacional” para “deixar de lado” o programa acordado entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI), já que, em seu entendimento, “será impossível” quitar a dívida com a instituição nos termos atuais. Kirchner foi a principal oradora de um evento que marcou o 20º aniversário da posse de seu marido e discursou na Praça de Maio, em Buenos Aires. “Se não conseguirmos que o programa que o FMI impõe a todos os seus devedores seja posto de lado e nos permita elaborar nosso próprio programa de crescimento, industrialização e inovação tecnológica, será impossível pagá-lo, não importa o que digam”, afirmou Kirchner. Durante o discurso, a ex-presidente garantiu  que o crédito concedido pelo FMI ao governo de Mauricio Macri em 2018 foi “um empréstimo político” e, deveria ser redefinido por meio da política. “Eles acham que vão poder pagá-lo apenas com commodities. E não esqueçam, porque as commodities também acabam regulando os fluxos financeiros e sempre acomodam você para que você continue devendo. A união nacional é essencial diante disso. Foi um empréstimo político, e a política também deve ser a solução”, enfatizou Kirchner.

Em março de 2022, o governo de Alberto Fernández assinou um acordo com o FMI para refinanciar US$ 45 bilhões emprestados pela instituição através de um programa de facilidades estendidas que inclui metas de disciplina fiscal, acúmulo de reservas monetárias e limites de emissão de moeda. Até o momento, houve quatro revisões trimestrais do acordo e o país vive graves desequilíbrios fiscais, agravado por uma seca que atingiu o setor agrícola. Segundo o FMI, as conversas entre as partes sobre os termos do acordo estão sendo “construtivas”.

*Com informações da EFE





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