Ministro da Economia afirma que categorias de segurança pública podem ter reestruturação de carreiras com movimento ‘muito localizado e muito limitado’
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira, 15, que o governo não passa por um “momento oportuno” para fazer reajustes de servidores, mas admitiu que pode haver exceções para determinadas categorias, como as de segurança pública. “Uma coisa se chama aumento geral de salários, e esse não é o momento oportuno. A economia acabou de se levantar”, disse o ministro, citando que a suspensão de reajustes deve atingir servidores de níveis municipais, estaduais e federais. “É uma proposta geral, vale para todo mundo. Se chegar a ter um aumento aqui, pode trazer uma desorganização das finanças”, disse a jornalistas após participar do Fórum Moderniza Brasil, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A medida, no entanto, pode ser flexibilizada para algumas categorias, salientou o ministro, desde que seja feita de um jeito “muito localizado e muito limitado”. “Eu entendo que é diferente do que está sendo conversado a respeito da reestruturação de uma carreira só. Isso já aconteceu antes, uma reforma administrativa de um determinado setor”, explicou o chefe da equipe econômica. O ministro da Justiça, Anderson Torres, levou chefes de forças de segurança ao gabinete de Guedes nesta segunda-feira, 13, para discutir uma reestruturação de carreiras. Nesta quinta-feira, Guedes afirmou que “há uma percepção” de que algumas categorias ficaram para trás em governos anteriores, elencando a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e servidores da esfera estadual, como policiais civis. “Nós estamos conversando com muita transparência sobre isso, pode até fazer uma reestruturação, uma reforma”, comentou Guedes.
A pasta da Economia também é pressionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para conceder reajustes para servidores. Em novembro, o presidente afirmou que todos os funcionários públicos federais receberiam reajustes salariais caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios fosse aprovada pelo Congresso. O texto foi chancelado em segundo turno nesta tarde pela Câmara dos Deputados. A emenda segue à promulgação pelo Congresso em sessão a ser convocada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo Guedes, a proximidade das eleições não deveria ser motivo para debater reajustes. “Este não é o ano, estamos em plena temporada eleitoral, não é o ano para alguém ficar jogando a responsabilidade para os governos seguintes”, disse.