Líder do PCC estaria colocando a segurança da capital federal em risco ao atrair outros criminosos para a região
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), foi transferido da Penitenciária Federal de Brasília para a de Porto Velho nesta quinta, 3, em operação realizada em sigilo. A remoção de Marcola era um pleito antigo do ministro da Justiça, Anderson Torres, que tentou evitar que Marcola fosse para Brasília em 2019, quando era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF). Na ocasião, o governo do DF chegou a entrar no Supremo Tribunal Federal para impedir a transferência, mas o pedido foi rejeitado. Marcola já esteve na penitenciária de Porto Velho antes, entre fevereiro e março de 2019 – antes disso, estava no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, administrada pelo governo de São Paulo.
O governo considerou que Marcola estava atraindo outros criminosos para a região e colocava Brasília em risco – o município abriga as sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de mais de 130 embaixadas. O presídio onde ele estava na capital federal precisou ter a segurança reforçada por homens do exército quando ocorreram fugas em massa no Acre e no Paraguai. Marcola foi condenado a 330 anos de prisão por formação de quadrilha, homicídio e tráfico de drogas, e já está preso há 23 anos. Em 2019, o Ministério Público de São Paulo recebeu informações de que a facção tinha um plano para resgatá-lo, com uso de mercenários, helicópteros e armas pesadas, o que motivou a transferência do líder do PCC e de outros 21 presos ligados ao grupo criminoso de Presidente Venceslau.