Manifestações na capital começaram nesta quinta-feira e já somam 38 pessoas presas, 29 policiais e 24 civis feridos
As manifestações contra o governo do Peru ocorridas nesta sexta-feira, 20, em Lima provocaram novos confrontos com as forças de segurança e “danos graves” na infraestrutura do centro histórico da capital, segundo informaram fontes oficiais. Os protestos reuniram pelo segundo dia consecutivo milhares de pessoas, muitas delas vindas de regiões do sul do Peru e, após um início pacífico, desencadearam confrontos com policiais, que dispararam gás lacrimogêneo em várias ruas. As câmeras de segurança de Lima mostraram que grupos de manifestantes tentaram entrar por ruas paralelas em direção à avenida Abancay, onde fica a sede do Congresso e da Procuradoria do Peru. As imagens, amplamente divulgadas pela imprensa local, também mostraram que outro grupo danificou a infraestrutura de uma estação do serviço de transporte público metropolitano. A maioria dos manifestantes foi detida por um grande cordão policial perto do Parque Universitário, sem confrontos sérios ocorrendo naquela área. Na avenida Nicolás de Piérola, houve uma debandada de manifestantes perseguidos por policiais em motocicletas. Grupos de agentes também bloquearam as ruas próximas ao Mercado Central e ao Bairro Chinês de Lima, onde foi informado que piquetes de pessoas tentariam romper o cerco policial.
Também chegaram ao local, tanques e veículos blindados da Polícia Nacional, bem como viaturas e caminhões da Marinha, embora não tenham participado diretamente nos confrontos. A esse respeito, o general Víctor Zanabria, chefe da Região Policial de Lima, disse à emissora “Canal N” que em Lima “há cerca de 2.500 pessoas realizando atos violentos que a polícia controla com meios químicos”. “Esperemos que volte a calma, mas já temos quatro detidos por motins e danos materiais, as operações estão em curso”, afirmou. Zanabria disse que no centro histórico “houve danos graves em propriedades públicas e privadas”, e que as detenções são efetuadas por crimes como perturbação da ordem pública, motins e resistência à autoridade”.
Além disso, esclareceu que, desde o início das grandes manifestações em Lima nesta quinta-feira, 38 pessoas foram detidas, além de 29 policiais e 24 civis terem ficado feridos. As ações coletivas de protesto, que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso e a convocação de eleições antecipadas e de Assembleia Constituinte, ocorreram em 38% das províncias do Peru, segundo informou a Ouvidoria Pública. Os protestos deixaram até agora 44 manifestantes mortos, assim como um policial, enquanto outras 13 pessoas, entre elas uma mulher grávida e quatro haitianos, morreram de diferentes causas vinculadas aos bloqueios de estradas.
*Com informações da EFE