Palmeiras superou desconfiança e bateu brasileiros para ganhar tri da Libertadores 


Vice do Paulista, da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana, o Verdão soube lidar com os resultados amargos da temporada para alcançar a ‘Glória Eterna’ mais uma vez

Juan Ignacio Roncoroni/EFECom a bola do jogo em mãos, Felipe Melo vibra após o apito final: Palmeiras tricampeão

Mesmo sendo o atual campeão da América do Sul, o Palmeiras precisou superar momentos de instabilidade e de desconfiança (da torcida e da imprensa) para ganhar o tricampeonato da Libertadores da América — o título foi sacramentado com a vitória sobre o Flamengo, na noite deste sábado, 27, em Montevidéu, no Uruguai. Além disso, a campanha até a “glória eterna” foi recheada de resultados importantes contra times brasileiros, mostrando mais uma vez a força do Verdão diante de seus rivais nacionais. Nos últimos seis anos, o clube venceu duas vezes o Brasileirão (2016 e 2018) e uma edição da Copa do Brasil (2020).

A temporada do Palmeiras começou um tanto quanto conturbada. Sem uma pré-temporada devido às alterações no calendário provocadas pela pandemia da Covid-19, o Alviverde voltou do quarto lugar do Mundial de Clubes e já disputou outros três campeonatos: Paulistão, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana. Vice nas três competições, perdendo a decisão do Estadual para o rival São Paulo, o time de Abel Ferreira ainda caiu na Copa do Brasil precocemente, sendo eliminado na terceira fase para o modesto CRB, de Alagoas.

As decepções, entretanto, não atrapalharam os planos do Palmeiras na Libertadores, mostrando-se bastante resiliente no torneio continental. Além de terminar a fase de grupos na liderança geral, o Verdão também não teve dificuldades para despachar a Universidad Católica, vencendo os chilenos nos dois jogos das oitavas de final. A pressão, porém, voltou a rodear a Academia de Futebol nas fases seguintes. Antes das partidas contra o São Paulo, pelas quartas de final, o time palmeirense foi batido por Fortaleza e Atlético-MG no Brasileirão. Isso não abalou os alviverdes, que empataram ganharam dos tricolores com autoridade no Allianz Parque, após empate em 1 a 1 no Morumbi no jogo de ida.

A situação voltou a se repetir na semifinal. Entre os confrontos diante do Atlético-MG, o Palmeiras perdeu para Flamengo e Corinthians, dando praticamente adeus ao título do Brasileirão. Ainda assim, nos duelos com o Galo, a equipe mostrou força mental e coletiva, conseguindo a vaga para a decisão devido ao critério do gol qualificado — os times empataram em 0 a 0, no Allianz Parque, e em 1 a 1, no Mineirão. Já diante do Rubro-Negro carioca, na grande final, os comandados por Abel Ferreira conseguiram superar um conjunto histórico, formado por Gabriel Barbosa, Bruno Henrique, Everton Ribeiro e companhia. A conquista, assim, mostra que a decisão da diretoria em manter a comissão técnica foi acertada. Os jogadores, por sua vez, também demonstraram “casca” para superar adversidades ao longo do caminho.

Palmeiras deixou rivais pelo caminho

O título no Estádio Centenário fez com que o Palmeiras entrasse no seleto grupo dos maiores campeões da Libertadores no Brasil, junto com São Paulo, Santos e Grêmio, todos com três taças cada. No caso do Verdão, a coincidência é que rivais ficaram pelo caminho nas três ocasiões. Na campanha da primeira taça, em 1999, o Alviverde, liderado por Luiz Felipe Scolari, ficou na segunda posição de sua chave, atrás somente do Corinthians. Depois de eliminar o Jorge Wilstermann, nas oitavas de final, o time reencontrou o Alvinegro, superando o arquirrival nas penalidades, com brilho de Marcos. Na sequência, o Palmeiras fez River Plate, da Argentina, e Deportivo Cali, da Colômbia, de vítimas.

Já na campanha do bicampeonato, o Verdão só encontrou um rival do Estado de São Paulo na grande decisão, quando venceu o Santos em final única, disputada no Maracanã, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Breno Lopes entrou no decorrer do jogo e marcou já nos acréscimos do segundo tempo para fazer o gol do título. Antes, o Palmeiras já havia passado por Delfín, do Equador, Libertad, do Paraguai, e River Plate. Nesta temporada, o rival desclassificado foi o São Paulo, algoz em outras três edições de Libertadores.





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