Socialistas comandam o Estado há 16 anos e esperam contar com o apoio dos petistas nas eleições de 2022; senador Humberto Costa (PT-PE) foi aprovado como pré-candidato ao governo pernambucano
As tratativas entre PT e PSB para as eleições de outubro de 2022 ocorrem em várias frentes e vão da formação de uma federação partidária à escolha de candidaturas nos Estados, passando pela possibilidade de filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e é cotado para compor a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito presidencial. Dirigentes socialistas mantêm o otimismo em relação às negociações a nível nacional, mas avaliam que as arestas regionais representam, hoje, o maior obstáculo para a consolidação da aliança entre as duas legendas.
O imbróglio envolvendo São Paulo, onde o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) aparecem como pré-candidatos ao governo, é o mais emblemático, mas o caso pernambucano é tido como outro entrave relevante, na avaliação de um integrante da Executiva Nacional do PSB ouvido pela Jovem Pan. Pernambuco é um reduto histórico dos socialistas, que comandam o Estado há 16 anos e não abrem mão da candidatura para o Palácio do Campo das Princesas. Na reta final de seu segundo mandato, o governador Paulo Câmara (PSB), que deve disputar uma vaga no Senado, trabalha para emplacar o seu sucessor. O nome mais cotado para a disputa era o ex-prefeito de Recife Geraldo Júlio (PSB), que desistiu de lançar sua candidatura. O apoio do PT a Júlio estava encaminhado. Além de São Paulo e Pernambuco, a cúpula do PSB quer o apoio dos petistas no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
Em paralelo, o PT aprovou a pré-candidatura do senador Humberto Costa (PT-PE) ao governo do Estado no início da segunda quinzena de dezembro. Apesar do movimento interno, o parlamentar fez um aceno aos aliados do PSB em uma postagem no Twitter. “Meu nome está à disposição para o diálogo, para a composição, para a construção da unidade da Frente Popular. Vem para contribuir, jamais para dividir. Tenho plena compreensão da precedência que tem o PSB em encabeçar a chapa da Frente Popular. Mas entendo que o debate fortalece nosso campo, assim como tem ocorrido na discussão ao Senado. Está também vinculado à discussão de uma aliança nacional da qual o PSB é parceiro de 1ª hora. Nada está definitivamente posto. Tudo é discutível dentro de um enorme leque de diálogo”, escreveu Costa.