Putin afirma que novas sanções podem romper relações entre Rússia e EUA


David Lienemann / Official White House / DivulgaçãoDois países mantém relação tensa por conflitos na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira, 30, ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que uma nova série de sanções aplicadas à Moscou por causa das tensões na Ucrânia, poderiam levar ao fim das relações entre as duas potências globais. A afirmação foi feita durante conversa por telefone entre os dois chefes de Estado, que foi realizada hoje. “Tudo isso pode levar a uma total ruptura de relações entre nossos países. Representaria um grave abalo nas relações entre a Rússia e o Ocidente”, disse Putin, segundo revelou o assessor internacional de Putin, Yuri Ushakov. A declaração foi uma reação “imediata” ao momento em que Biden afirmou que, a manutenção da escalada de tensão na fronteira entre os territórios russo e ucraniano levaria a “sanções de grande escala, por via econômica, financeira e militar”.

“Erros como esse foram cometidos não poucas vezes nos últimos 30 anos. Por isso, seria desejável não cometer tais erros, dada a situação”, disse Putin. O presidente da Rússia, que no último dia 7 realizou uma reunião virtual de cúpula com Biden, também garantiu inúmeras vezes que Moscou se comportará como se Washington se comportaria, caso houvesse “armamento ofensivo próximo às fronteiras americanas”. Putin se referiu à linha vermelha do acesso à Ucrânia na Otan, que viria acompanhado do deslocamento a 500 quilômetros de Moscou de armamento que ameaçaria a segurança do território russo. Segundo o assessor internacional do Kremlin, Biden garantiu ao presidente da Rússia que os EUA não têm intenção de utilizar armamento de guerra na Ucrânia, que acusou o país vizinho de planejar uma invasão para o início de 2022.

Ushakov afirmou que o governo russo está satisfeito com a conversa de aproximadamente 50 minutos, que foi classificada como “construtiva” e “concreta”. O assunto exclusivo, segundo o representante do governo russo foram as garantias de segurança que Moscou pediu por escrito aos Estados Unidos e Otan, para que haja um rebaixamento de tensões entre as partes. Ushakov disse que a Rússia está disposta a atender as reivindicações dos EUA e dos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte, mas lembrou que, para o Kremlin, “o importante não é o compromisso, mas sim as garantias de segurança solicitadas”.

“O importante é que a parte americana demonstrou o desejo de entender a lógica e a essência das preocupações russas”, disse o assessor de Putin, que descreveu o encontro como “um importante ato político”. Os dois presidentes entraram em acordo que as negociações sobre as garantias de segurança acontecerão de forma bilateral no próximo dia 10, em Genebra, na Suíça; em Bruxelas, na reunião entre Rússia e Otan, no dia 12; e em Viena, em cúpula da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), no dia 13. “O processo de negociações em Genebra acontecerá sob o controle pessoal dos dois presidentes”, garantiu Ushakov.

*Com informações da EFE





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