Para o senador governista, há uma intenção de desgastar o presidente Jair Bolsonaro no ano eleitoral com uma nova comissão de inquérito
Nesta segunda-feira, 17, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. Ele comentou o pedido de abertura de uma nova CPI da Covid-19, feito pelo colega parlamentar Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para apurar omissões do governo federal na vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade. Ele criticou a iniciativa e disse que é uma tentativa de influenciar o resultado das eleições presidenciais, prejudicando o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua gestão do combate à pandemia. Rogério disse que os senadores que propuseram a abertura de novo CPI estão criando palanque sobre as mortes. “Eu não tenho dúvida disso. É o culto ao caos”, opinou.
“Ao tentar recriar uma CPI aqui, com todo respeito, tentam criar um ambiente para o embate político no jogo pré-eleitoral. Porque, do ponto de vista processual, faltou lá [cumprir a função de CPI] e vai faltar aqui. Querem fazer palanque sobre caixões. Eu não tenho dúvida disso. É o culto ao caos. O mundo todo está com problema com a pandemia. Países avançados, desenvolvidos, estão com problema. Israel está indo agora para a quarta dose da vacina, e os números continuam preocupantes. Na Europa a situação é crítica. No Brasil respostas têm sido dadas tanto pelos municípios, pelos Estados, mas sobretudo pelo governo federal, que é quem compra a vacina e quem dá as condições de logística e os grandes investimentos para o enfrentamento”, criticou.
O senador ainda também defendeu o governo federal em relação a suposta omissão na compra de vacinas para crianças: “Na verdade, se sabe que não houve omissão e que não houve atraso. O Ministério da Saúde agiu dentro do prazo, a partir da decisão da Anvisa de autorizar a imunização de crianças. Eu não tenho dúvida de que é uma uma tentativa lamentável, porque isso não contribui com o processo de enfrentamento à pandemia”, disse Rogério. “A CPI foi palco de maus tratos, de abuso de autoridade, de desrespeito às regras basilares do devido processo. Não se respeitou nada, tanto que na instância própria para oferecimento de eventual denúncia, seja na esfera criminal ou civil pública, não se teve proveito daquilo que foi o inquérito, porque CPI é uma ‘comissão parlamentar de inquérito’, tanto que se determina uma nova investigação para se aferir se aqueles fatos são existentes, justificam a propositura de ação ou não. Isso é a evidência cabal de que a CPI não cumpriu o seu papel”.
Questionado sobre o imbróglio do ICMS, apontado como problema no aumento do preço dos combustíveis, o senador defendeu que o Senado se debruce sobre o tema. “É uma situação preocupante e, sobretudo, em razão das decisões que vem sendo tomadas agora, mais recentemente, pelos Estados de recompor o preço dos combustíveis, o que vai impactar na bomba e na vida dos consumidores. Eu penso que esse é um tema que deve ser discutido pelo Senado Federal, que é a casa da Federação Brasileira. O Senado precisa chamar esse assunto para discussão no campo interno. Os Estados, é bom que se diga, alguns deles mais do que dobraram a arrecadação, impactado pelo preço dos combustíveis. Quem tinha na casa de quase R$ 1 por litro no preço da gasolina de ICMS, com o preço como está, colocando todo esse peso para o consumidor, vai para quase R$ 2. Isso interessa muito aos Estados, mas penaliza o consumidor brasileiro, que já tem um custo de vida alto no Brasil”, finalizou.