Aconteceu em São Paulo, no último sábado (11), o penúltimo show de Roger Waters no Brasil, com a turnê This Is Not a Drill, no Allianz Parque. O britânico, ex-membro da banda Pink Floyd, que está com 80 anos, emocionou o público com uma produção musical de alto nível e efeitos visuais fora da curva, fazendo o espectador se hipnotizar e sentir que está vivendo um grande espetáculo cinematográfico.
O show é dividido em duas partes, com um intervalo de 20 minutos, totalizando cerca de duas horas e meia de apresentação. Ambos os atos são carregados de manifestações políticas, que refletem a letra das composições. Waters criticou a prática de guerras e presidentes dos Estados Unidos e denunciou diversos casos extremos de violência que ficaram marcados na mídia, como os de George Floyd e de Marielle Franco.
Além disso, em cada uma das músicas era apresentada uma surpresa. Em The Bar, Roger convida o público de um bar a encontrar uma mulher negra em situação de rua, acolhida por uma indígena. Em Wish You Were Here, é contada a história de sua amizade com Syd Barrett, ex-guitarrista do Pink Floyd que morreu em 2006.
Na faixa Sheep, Waters trouxe uma enorme ovelha inflável ao palco, que ficou flutuando no meio do público. O artista até deu um jeito de ilustrar a capa de disco mais famosa da banda, The Dark Side of The Moon, apresentado por meio de feixes de luz coloridos.
Também vale mencionar a banda impecável que acompanha o artista na turnê. O guitarrista Jonathan Wilson e o saxofonista Seamus Blake atraíram os olhos do público e contribuíram para a reprodução dos hits do Pink Floyd com perfeição, trazendo o sentimento de nostalgia aos fãs saudosos da banda. Os hits Money, Another Brick in The Wall e Us and Them trouxeram uma energia psicodélica eletrizante e emocionaram a plateia.
Segundo o estudante Renato Murad, fã da banda há muitos anos, o show foi uma aula de história. “A apresentação foi impecável, mas é um show para fãs do Pink Floyd. O Waters trouxe elementos da banda o tempo inteiro, memórias, referências e eras simbólicas.”
A turnê também passou por Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre e encerrará a sua passagem pela América do Sul em dezembro. De acordo com Roger Waters, esta poderá ser a sua despedida dos palcos.
RBD no Brasil: saiba o que esperar dos shows da nova turnê
*Sob a supervisão de Camila Juliotti